Carlos Marques de Almeida - Checkpoint Gémeas

Sexta-feira, Junho 14, 2024 - 11:29
Publication
Eco
Não existe um checkpoint entre os dois lados do Atlântico. Mas a viagem das gémeas é também a história de um mundo que falhou na sua aspiração independente e soberana.
 

É assim que as boas intenções acabam em investigações. Somos todos portugueses de aquém e de além-mar, mesmo se a relação de identidade, a matriz cultural, a relação afectiva, não passe de uma memória volátil baseada no passado de um membro distante da família. O vínculo da nacionalidade é na circunstância das gémeas apenas um pretexto legal para extrair um tratamento privilegiado de um país que não passa de uma memória de família. Vir a Lisboa fotografar a estátua de Pedro Álvares Cabral, ter acesso a medicação no valor de 4 milhões de euros e depois voltar para o Brasil. É a versão de um “turismo médico” inacessível ao comum e vulgar português doente e esquecido numa fila de um centro de saúde.

Nota: pode ler este conteúdo na íntegra na edição online do ECO de 11 de junho 2024.