O líder socialista, em termos de imigração, começa por reproduzir a vulgata da esquerda imperfeita para acabar por afirmar uma posição que não é dele nem é dos socialistas.
O Partido Socialista não é um nome, é um diagnóstico. A entrevista do líder socialista assinala a passagem da adolescência à idade adulta da conveniência. A posição sobre a imigração é uma espécie de revolta interior em que revela menos do que se pensa e mais do que se deseja. Revela menos do que se pensa porque antes era o vazio abstracto das grandes proclamações juvenis. Ideias vagas sobre a humanidade comum, a solidariedade e um automatismo de esquerda que desmente a realidade e impõe a ideologia.
O líder socialista, em termos de imigração, começa por reproduzir a vulgata da esquerda imperfeita para acabar por afirmar uma posição que não é dele nem é dos socialistas. Começa com a realidade de uma não posição para acabar com a ficção de uma posição não socialista. O comité de socialistas dramáticos e profissionais da indignação fazem dramas e indignam-se em estúdios de televisão. Sobre o país nada, sobre o partido tudo. Uma linha clássica no drama queirosiano que é Portugal.
Nota: pode ler este conteúdo na íntegra na edição online do ECO de 27 de Janeiro 2025