O PSD é o pivot na bifurcação da democracia portuguesa. Os partidos do arco da governação não quiseram tocar na vida dos portugueses nem com a ponta dos dedos.
Há uns anos em Portugal a música popular não existia. A música do povo e das feiras era um fenómeno menor de um país atrasado, pobre, sem educação. O folclore era fascista e fazia mal à vista. O fado era foleiro e marginal. A música popular era o ruído do carrossel e animava as corridas dos carrinhos de choque em circuito fechado. As elites burguesas, democráticas, progressistas, idolatravam a música de intervenção como banda sonora da resistência anti-fascista. A música de Abril era a música de um Portugal amordaçado que a democracia salvou e colocou na órbita da Europa e no registo da civilização. As elites democráticas regressadas do exílio ou dos empregos de privilégio colocavam o cancioneiro revolucionário ao nível do catecismo de Abril. A grande noite fascista era escura, obscurantista, reaccionária, filistina. Só os progressistas eram os intérpretes de Abril. Aprende a nadar companheiro que a liberdade está a passar por aqui. E aqui é o Portugal democrático.
Artigo completo disponível em Eco.