Que quase tudo mudou com a invasão da Ucrãnia pela Rússia e com o ataque do Hamas a Israel, e a resposta de Telavive, ninguém tem dúvidas. Mas, e infelizmente, essas não são as únicas aflições do mundo pois os conflitos no Sahel, no Sudão, na Etiópia, na Somália, na Líbia, na Síria, no Azerbaijão, no Congo ou no Haiti, para nomear apenas alguns, não desapareceram só porque a nossa atenção coletiva está monopolizada pelo que se passa na fronteira leste da Europa e o Médio Oriente.
Se alguns destes conflitos nasceram da violação flagrante do Direito Internacional, como é o caso da decisão de Putin em invadir um Estado soberano e membro das Nações Unidas ao mesmo tempo que a Rússia exercia a presidência do Conselho de Segurança ONU, outros resultam da degradação progressiva da situação económica e social e da incapacidade de os Estados e Governos ajudarem as populações afetadas, criando as condições para o chamado "Triplo-Nexo Desenvolvimento-Humanitário-Segurança". Ou seja, quando as crises de desenvolvimento impactam na vidas das pessoas ao ponto de gerarem violência e conflitos.
Nota: Pode ler este conteúdo na íntegra na edição impressa do Diário de Notícias de 28 de maio de 2024.