A situação política neste interregno orçamental reduz-se a um conjunto monótono de narrativas.
O país anda esquisito. Não que algum dia tenha sido um lugar normal. Mas nesta nova fase tudo parece disperso e em roda livre. O Ministro da Defesa vem lembrar que Olivença é Portugal. O PS pretende estender o prazo limite para o aborto. Entre Olivença e o aborto vai a rapidez de um país absurdo que, tendo tudo por fazer, preocupa-se em dizer o que certamente não faz. É como se Portugal fosse a personagem de um romance com necessidade de se esconder por detrás de fachadas para viver com tranquilidade num palco barato e assim evitar a realidade. Não dizem que Portugal é a pátria dos poetas? Portugal é um país com uma corda ao pescoço afinada em dó.