No início de maio de cada ano, a Europa celebra a vitória sobre a tirania e festeja a construção de uma união baseada na paz. No dia 8, lembramos a capitulação das forças alemãs em 1945, que simboliza o triunfo da liberdade sobre a ditadura, honrando milhões de vidas perdidas nos campos de batalha e nos campos de concentração. E no dia 9, comemoramos o discurso de Robert Schuman em 1950, que lançou a ideia de uma Europa unida, assente na dignidade humana, na democracia, nos direitos humanos e no Estado de Direito. Esta visão ousada transformou antigos adversários em parceiros próximos, promovendo a reconciliação, a estabilidade e a construção de pontes de entendimento que ajudaram a prevenir novos conflitos.
Hoje, no entanto, os valores que sustentam esta nossa Europa estão sob ataque. O ressurgimento de movimentos populistas e de extrema-direita promovem uma narrativa simplista e inflamada e misturam a nostalgia nacionalista com a desconfiança em relação às instituições democráticas, à diversidade e às organizações internacionais. Estes movimentos que tentam minar as estruturas que garantem a paz e a cooperação, representam uma ameaça direta aos princípios que nos definem, ao mesmo tempo que corroem os alicerces da integração europeia.
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